*Por Veronicah Sella

O nascimento e a primeira infância são um processo de constante adaptação ao meio social, físico e sócio afetivo, além de descobertas do desenvolvimento cognitivo e moral. São centenas de novas experiências que podem ditar como a criança enxergará o mundo no futuro. Por isso, seus responsáveis devem se preocupar em apresentar situações da forma mais positiva possível, de maneira àquele pequeno se sentir seguro e acolhido.

Nesse processo, a posição de ser passivo a ativo deve ser estimulada por meio do oferecimento de novas experiências, gostos, atividades e, principalmente, do brincar. Os objetos de transição, tal como paninhos, um brinquedo ou uma pelúcia, por exemplo, são de grande importância para o bebê e criança, ajudando-os nos novos conhecimentos e sentimentos que têm que lidar. De acordo com a teoria de Donald Woods Winnicott, psicanalista, psiquiatra e estudioso do desenvolvimento infantil, por volta dos oito meses, os bebês experimentam uma sensação de onipotência que, em tese, pode ser encarada como a sensação de acreditar que ele próprio criou um objeto, de modo que ele passa a se apegar, criando uma ponte entre sua realidade interna e externa.

As pelúcias, por exemplo, giram de modo a envolverem-na com o lado sinestésico, aflorando os sentimentos de bondade, desde o contato e o modo de tratamento da criança com seu brinquedo, fazendo com que saiam um pouco da rotina digital e possam se sensibilizar com o objeto, refletindo a forma e atitudes que a criança terá com as pessoas. Elas também tendem a despertar o sentimento infantil de carinho, cuidado, segurança, além de amor, coragem, amizade e felicidade.

E, ao contrário do pensamento de alguns, que qualificam esses objetos como sinal de fraqueza ou dependência, a Academia Americana de Pediatria afirma que ter um objeto transicional na primeira infância não é um sinal de fraqueza ou insegurança. Trata-se de um objeto muito útil para o seu desenvolvimento emocional.

A relação criança-pelúcia deve ser vista como uma amizade sincera em um período da infância tão delicado, que traz consigo uma sensação de afetividade e cuidado, além da questão de independência devido às atitudes que a criança terá com seu amiguinho.

*Co-fundadora da marca Criamigos, Veronicah Sella é graduada em administração pela UPF (RS), com MBA em Marketing com Ênfase em Marketing pela FGV e pós-graduação em Dinâmica de Grupo pela SBDG. A empresária já participou de missões empresariais nos EUA e China e foi franqueada da Empório Essenza e sócia da Feira Festejar Gramado.

Sobre a Criamigos
Fruto da parceria entre as empresárias Veronicah Sella e Natiele Krassmann, a Criamigos nasceu em 2016, em Gramado (RS), com o objetivo de transformar boas memórias e recordações em um negócio único: a criação de pelúcias personalizadas. Com a proposta de resgatar o brincar, o brinquedo e os momentos em família, a rede de franquias conta, atualmente, com sete unidades espalhadas pelo Brasil, que já transformaram mais de 40 mil ursos em sonhos reais.