Publicado pela Fundação Santillana, o novo livro de Mozart Neves Ramos, Sem Educação não haverá futuro, reúne 21 artigos publicados pelo autor de 2016 a 2018. Atualizados e ampliados para esta edição, os textos apresentam uma radiografia das lições, experiências e demandas deste início de século nas áreas da Educação Básica e da Educação Superior especialmente no Brasil. Ao mesmo tempo, reúne dados importantes sobre experiências de nações que se destacam nas avaliações internacionais.

A publicação, disponível gratuitamente online, propõe uma reflexão profunda acerca do futuro do ensino no país e defende a obrigação de realizar investimentos pesados na qualidade do setor. "É necessário assegurar acesso à escola e à Educação, com eficiência, eficácia e efetividade. A Educação é o novo nome do desenvolvimento, é o vetor mais importante para alinhar desenvolvimento econômico e social, na perspectiva da geração de emprego e renda e, por conseguinte, a produtividade interna do país. Temos muito trabalho pela frente, e vamos realizá-lo. É nesse Brasil que estamos apostando, e por isso haverá futuro", conclui Mozart.

Com uma ampla carreira dedicada à Educação, Mozart Neves Ramos é um dos grandes nomes nacionais da área, da Educação Infantil ao Ensino Superior. Mozart é professor e pesquisador há mais de 40 anos, foi reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e secretário de Educação de Pernambuco. Também foi presidente-executivo do Todos pela Educação e desde 2014 é diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna.

Em Sem Educação não haverá futuro, o autor traz um diagnóstico dos caminhos percorridos da Educação brasileira nas últimas décadas, respaldado por dados oficiais sobre o tema. Ele destaca que de cada cem crianças que ingressam no primeiro ano do Ensino Fundamental, apenas 59 concluem o nível médio. "Em resumo, houve importante esforço de ampliação da matrícula na Educação Infantil, inclusão e universalização do acesso ao Ensino Fundamental, melhoria dos indicadores de fluxo e aumento do número de jovens de 15 a 17 anos matriculados no Ensino Médio, mas nossos alunos não estão aprendendo e observa-se grande desigualdade educacional entre estados, municípios e escolas", afirma, no prefácio, Maria de Helena Guimarães de Castro.

Outro tema de destaque é a urgência em assegurar o desenvolvimento das novas competências do século 21 para todos os alunos. Mozart defende a necessidade de avançar em temas como as habilidades socioemocionais, atitudes e valores, além dos conhecimentos disciplinares e interdisciplinares. Para o autor, há quatro pontos centrais para a construção de uma agenda prioritária da Educação: o desafio da alfabetização; a questão da equidade e da qualidade do ensino; a formação de professores; e a preparação dos jovens para o mundo do trabalho.

De acordo com o especialista, os temas apontados explicitam problemas persistentes no quadro educacional do país. Mesmo que as avaliações nacionais indiquem tendência de melhoria nos anos iniciais, mais de 50% das crianças ainda não estão alfabetizadas ao final do terceiro ano do Ensino Fundamental, e apresentam resultados bastante insuficientes ao final do nono ano. Já o desempenho dos alunos ao final do Ensino Médio revela que menos de 10% dos concluintes têm desempenho adequado em matemática.

O autor explica que é preciso que a Educação brasileira tenha significado, que dialogue com as novas exigências do mundo atual e futuro. "Internacionalização, programação e inovação são essenciais caso queiramos pensar em uma oferta de Educação para o futuro, e o futuro é agora. Nos principais rankings mundiais de universidades, a inovação e a internacionalização vêm ganhando destaque cada vez maior. No que se refere à programação, a busca por profissionais será crescente em todo o planeta. Espero firmemente que este livro possa contribuir para ampliar e qualificar o debate da Educação brasileira. Não há tempo a perder", afirma.

Sobre a Fundação Santillana
A Fundação Santillana dedica-se à produção, organização e difusão de informações que contribuam para que a Educação alcance os desejados padrões de qualidade e equidade. Constituída em 1979, atua na Ibero-América e no Brasil, aonde chegou em 2008. Por meio de suas publicações, cursos, seminários e oficinas e de parcerias com organizações nacionais e internacionais, busca compartilhar experiências inovadoras e difundir informações relevantes para a promoção do direito à Educação, componente indispensável para o fortalecimento de sociedades democráticas, justas e sustentáveis.